05/09/2025 – 2º Encontro da Comissão de Saúde Mental nas Escolas

INSTITUCIONAL

2º Encontro da Comissão de Saúde Mental nas Escolas

Mais de 40 instituições se reuniram para discutir soluções práticas e fortalecer o bem-estar de estudantes, educadores e famílias

Por: Tatiana Maria de Paula Silva | 5 de setembro de 2025.

A saúde mental de estudantes e educadores tem se tornado uma prioridade crescente no ambiente escolar. Na manhã do último dia 4 de setembro, nosso diretor, Rudney Soares, que é presidente da Comissão de Saúde Mental nas Escolas, iniciativa do Educational Leaders – Grupo de Líderes Educacionais, participou da segunda edição do encontro oficial da Comissão, realizado na Faculdade Sírio-Libanês, em São Paulo.

O evento reuniu mais de 40 escolas de referência, incluindo Colégio Bandeirantes, Avenues, Colégio Albert Sabin, Colégio Vital Brazil, Liceu Jardim, Colégio Vértice, Escola Bosque, Colégio Farroupilha (RS), Humboldt, Colégio Sidarta, Poliedro e Galois (DF), todas comprometidas em colocar a saúde mental no centro da educação. Entre os temas debatidos estiveram a adultização e a adolescência, boas práticas de liderança e governança de colaboradores, além de diversidade e inclusão. A psicopedagoga do Cervantes, Marisol Saucedo Lage, também participou de um dos painéis, trazendo reflexões importantes sobre o cuidado com estudantes e educadores.

Mais do que compartilhar experiências, o encontro buscou desenvolver soluções práticas para apoiar estudantes, educadores e famílias, promovendo um ambiente escolar mais humano, seguro e acolhedor. Para Rudney Soares, “a saúde mental deixou de ser um tema periférico para se tornar uma prioridade das escolas brasileiras. Estamos construindo uma rede nacional de apoio, inovação e acolhimento, transformando as escolas em espaços emocionalmente seguros e preparados para os desafios deste século.”

O encontro também apresentou dados inéditos do Great Place to Study®, coletados com a participação de mais de 53 mil estudantes, professores, pais e responsáveis em todo o Brasil, reforçando a urgência de ações concretas de cuidado emocional nas escolas. Segundo João Hoeppner, chanceler da Comissão e fundador do Great Place to Study®, “o que faz uma escola ser grande não é sua infraestrutura ou tecnologia, mas a experiência de cada pessoa que faz parte dela — estudantes, professores e famílias”. Para Marcos Talarico, fundador do Educational Leaders, “reunir gestores e especialistas para colocar a saúde mental no centro da educação é um chamado urgente para formar pessoas e comunidades capazes de florescer”.

Para o Colégio Miguel de Cervantes, a participação neste debate reforça o compromisso com uma educação que valoriza a vida, promove o cuidado com as pessoas e fortalece comunidades escolares saudáveis e acolhedoras.

Entrevista com Rudney Soares, Diretor de Ensino do Colégio Miguel de Cervantes e Presidente da Comissão de Saúde Mental nas Escolas

A saúde mental tem ganhado cada vez mais destaque no ambiente escolar, e no Colégio Miguel de Cervantes ela é tratada como uma dimensão essencial para o desenvolvimento integral dos alunos. Para entender melhor como essa temática é abordada na rotina da escola e de que forma influencia práticas pedagógicas e de gestão, conversamos com Rudney Soares, nosso Diretor de Ensino e Presidente da Comissão de Saúde Mental nas Escolas. Ele compartilha reflexões sobre o cuidado com o bem-estar emocional de estudantes e educadores, os aprendizados do 2º encontro da Comissão e o impacto das iniciativas da escola, as quais são orientadas por dados e boas práticas.

1 – Como você enxerga a importância deste tema dentro da rotina do Colégio Miguel de Cervantes?

A saúde mental é um eixo fundamental da vida escolar. No Colégio Miguel de Cervantes, buscamos formar estudantes não apenas academicamente competentes, mas também emocionalmente equilibrados e socialmente conscientes. Isso significa compreender que o bem-estar mental impacta diretamente a aprendizagem, a convivência e a construção de projetos de vida. Promover esse cuidado no cotidiano da escola é garantir que nossos alunos tenham espaço para se expressar, desenvolver autonomia e lidar de forma saudável com os desafios da vida contemporânea.

2 – Como presidente da Comissão de Saúde Mental nas Escolas, quais aprendizados você destacaria do 2º encontro da Comissão, realizado em 4 de setembro?

O encontro reafirmou a importância de pensar a escola como um espaço de acolhimento e de diálogo. Aprendemos que a escuta ativa, a partilha de experiências e a troca de boas práticas fortalecem as instituições e nos ajudam a avançar em políticas mais consistentes. Destaco também a percepção de que saúde mental não pode ser tratada como um tema isolado, mas como parte estrutural do projeto pedagógico, envolvendo todos os atores escolares – estudantes, famílias, professores e gestores.

3 – No encontro, foram debatidos temas como adultização na adolescência, diversidade e boas práticas de liderança. Como essas questões se conectam com a saúde mental de estudantes e educadores e de que forma podem orientar as práticas das escolas?

Esses temas estão profundamente conectados. A adultização precoce impõe pressões emocionais que fragilizam o desenvolvimento saudável dos adolescentes. Já a valorização da diversidade cria ambientes inclusivos, em que todos se sentem respeitados e pertencentes. Nesse sentido, boas práticas de liderança são essenciais para que gestores e educadores se tornem referências positivas, promovendo segurança emocional e inspirando confiança. Quando articuladas, essas dimensões orientam escolas a construírem ambientes mais humanos, democráticos e afetivos.

4 – O levantamento do Great Place to Study ouviu mais de 53 mil pessoas. De que forma esses dados influenciam as iniciativas do Cervantes voltadas ao bem-estar emocional da comunidade escolar?

Os dados são fundamentais porque trazem a voz da comunidade escolar de forma sistematizada e ampla. Eles nos permitem identificar necessidades, reconhecer avanços e ajustar estratégias. No caso do Colégio Miguel de Cervantes, nosso compromisso é criar ações que valorizem a escuta, ampliem o diálogo intergeracional e promovam o bem-estar como uma dimensão prioritária da vida escolar. Mais do que números, os dados nos oferecem caminhos para decisões mais assertivas e contextualizadas.

5 – Olhando para o futuro, quais são os próximos passos que você acredita serem essenciais para transformar a saúde mental em uma prioridade real e concreta nas escolas?

Esse futuro está sendo pensado a partir de três ações: consolidar a saúde mental como política institucional, fortalecer a formação continuada dos educadores nesse campo e ampliar o diálogo com as famílias e a comunidade. É preciso criar práticas permanentes, e não apenas pontuais, que integrem o cuidado com a saúde mental à rotina escolar. Isso significa investir em programas de prevenção, em espaços de acolhimento e em metodologias pedagógicas que respeitem os tempos, as singularidades e os desafios de cada estudante. Assim, transformaremos a saúde mental em um compromisso coletivo e duradouro.

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