INSTITUCIONAL

38ª Feira do Livro discutiu ciência, razão, diversidade e sustentabilidade

Mais de 4500 pessoas compareceram ao último dia da Feira

Por: Rodolfo Bonventti | 1º de junho de 2022.

Com o tema “Diálogos e caminhos literários rumo aos objetivos do desenvolvimento sustentável”, a 38ª edição da Feira do Livro, realizada de 26 a 28 de maio, reuniu mais de 30 autores, historiadores e ilustradores brasileiros. Além disso, contou com a presença de vários stands de editoras e livrarias, a realização de manhãs e tardes de autógrafos e apresentações e intervenções artísticas dos alunos. 

O tradicional evento teve uma extensa programação de encontros presenciais e a distância, com destaque para os autores Lilia Schwarcz, Natália Pasternak, Carlos Orsi, Flávio Gomes, Caio Tozzi, Donaldo Buchweitz, Rita Carelli, Ubiratã Souza, Kátia Canton, Maicon Tenfen, Fred Zero Quatro e o maestro Julio Medaglia.

ESQUENTA – O primeiro evento da Feira foi um “esquenta”, no dia 23/5, por meio de videoconferência com Flavio Gomes, um dos autores de Enciclopédia Negra da

Companhia das Letras, no horário das 9h às 10h20. Essa foi uma obra importante para a 38ª edição da Feira, porque ela também subsidiou o projeto Ecos Antropofágicos em mais duas atividades, ambas no último dia: encontro sobre Tropicália e Manguebeat e a instalação no foyer intitulada O impacto antropofágico modernista na cultura brasileira.

ABERTURA OFICIAL – A abertura oficial da Feira aconteceu no dia 26/5, às 18 horas, para convidados, alunos e professores, com a presença do cônsul-geral da Espanha em São Paulo, Miguel Gómez de Aranda y Villén. No teatro, os convidados assistiram a uma palestra da autora e professora Denise Tonello sobre a importância do portfólio como uma ferramenta de avaliação no ensino e puderam participar do lançamento e noite de autógrafos do livro Portfólio: pra que te quero?, da professora Denise e do ilustrador Fábio Nogueira.

Nesse mesmo dia, os alunos de 6º e 7º anos participaram da apresentação do Projeto Novas Leituras, Novos Leitores e puderam trocar ideias em um papo presencial com o escritor e roteirista Caio Tozzi, autor dos livros Super-Ulisses e Jovens chefs. Depois os alunos do 8º e 9º anos conversaram com Helena Gomes, que escreveu O mistério do diamante coral. Além disso, os alunos do Infantil receberam para uma conversa Donaldo Buchweitz, diretor-geral da Ciranda Cultural e responsável pelo livro Tulu: em busca de um lugar para viver.

RESGATE DA BRASILIDADE – Um dos mais importantes temas desta 38ª edição da Feira foi a base da videoconferência da historiadora, antropóloga e fundadora da Companhia das Letras, Lilia Schwarcz, que conversou com os alunos do Ensino Médio sobre o Modernismo, a Independência e um resgate da brasilidade que vem acontecendo e o que ela representa no país nos dias de hoje.

CIÊNCIA E RAZÃO – No segundo dia, 27/5, a Feira começou com um encontro presencial dos alunos do Ensino Médio com João Luiz Guimarães e Nelson Cruz, que homenagearam Guimarães Rosa, tendo como pano de fundo o recente drama do estouro de barragens em Mariana e Brumadinho, na obra Sagatrissuinorana. Foi dia também de videoconferência com a autora, atriz e diretora Rita Carelli, que falou para os pequenos do Infantil 5 sobre o livro No tempo do verão: um dia na aldeia Ashaninka.

A programação da sexta-feira teve ainda, por videoconferência, o autor e mestre em Literatura Africana Ubiratã Souza, que apresentou a obra A vida no céu, do autor angolano José Eduardo Agualusa, e falou aos alunos do 8º ano das semelhanças e diferenças entre a literatura brasileira e a africana. Na sequência, os autores Natália Pasternak e Carlos Orsi, ambos do Instituto Questão da Ciência (IQC) e ganhadores do Prêmio Jabuti, trouxeram uma discussão sobre a sua obra “Ciência no cotidiano. Viva a razão. Abaixo a ignorância!”, leitura trabalhada com os alunos do Ensino Médio.

AGENDA CHEIA – No último dia, 28/5, a agenda da Feira esteve repleta de atrações: o dia começou com um encontro presencial com Marina Franco, autora do livro As descobertas de Paulinho na metrópole; continuou com uma videoconferência com a escritora e roteirista Luciana Sandroni, autora de Mário que não é Andrade: o menino da cidade lambida pelo Tietê; e foi concluído por encontros presenciais com a autora e ilustradora Bia Vilela, do livro Patinho feio e por um bate-papo sobre o processo de criação de livros, com uma contação de histórias com Elisabete Ribeiro.

A artista visual e escritora Kátia Canton e a ilustradora Mariana Zanetti tiveram um bate-papo concorrido sobre o livro Ana e a semana: pequena história do Modernismo em 22; aconteceram também uma contação de histórias com Suzana Gomes e um encontro presencial com os autores Alessandra Ponce Rocha, do livro Alinhavos: o futuro do planeta está no seu guarda-roupa; Adriana Iozzi Klein, que apresentou a obra O barão nas árvores, e Reginaldo Prandi, autor da obra Minha querida assombração da Companhia das Letrinhas.

A agenda do último dia ainda trouxe Glória Maria e Isabela Alves falando da obra Um Prêmio Jabuti na gastronomia da periferia paulistana; a professora Larissa Lisboa, que apresentou um panorama da Literatura Moçambicana; a intervenção do Coletivo

Feminino Dulcinéia, que exibiu a instalação “O impacto antropofágico modernista na cultura brasileira”, com pinturas, objetos e música e um papo aberto com o escritor Maicon Tenfen e o primeiro volume de sua trilogia, Quissama I: o império dos capoeiras, que terminou com uma roda de capoeira formada pelos alunos do 9º ano.

TROPICÁLIA E MANGUEBEAT – O encerramento da 38ª Feira, com o teatro lotado, reuniu o maestro e arranjador Julio Medaglia e o cantor e músico Fred Zero Quatro, que respectivamente falaram da importância dos movimentos Tropicália e Manguebeat na música e na cultura brasileira, com intervenções musicais e literárias apresentadas também por alunos do 9º ano.

Outro destaque da Feira foi uma instalação dos alunos que ficou exposta, ao longo dos três dias do evento, no foyer do Teatro, cujo título era “Ecos Antropofágicos”, em  alusão e homenagem ao Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922.