ENSINO MÉDIO

SICE – Simulação Interna do Cervantes
De 10 a 12 de dezembro, mais de 70 alunos participaram do evento

Por: Francisco Ribeiro Stelzer e Isabella Baxter | 18 de dezembro de 2018.                                                                    

A Simulação Interna do Cervantes (SICE) é um evento que tem como objetivo simular um debate formal prolongado de algum tema atual ou histórico, durante o qual os alunos participantes devem entrar no papel de diplomatas, deputados, congressistas ou qualquer representante político de relevância para o tema em questão. Os delegados devem se preparar para o debate previamente, seguindo o Guia de Estudo e o Guia de Regras preparados pelo Clube de Debates e também completando informações com sua própria pesquisa individual.

Neste ano o Clube de Debates incentivou a participação inédita de alunos de nono ano e teve a honra de dirigir um evento para 73 pessoas (aproximadamente o dobro de sua primeira edição, realizada em 2017). A segunda edição da SICE contou com dois comitês, ou seja, dois grupos de discussão: um para o nono ano, a Assembleia Geral da Liga das Nações, em 1934, e outro para o Ensino Médio, a Convenção Nacional da Revolução Francesa, em 1792. A simulação ocorreu nos dias 10, 11 e 12 de dezembro de 2018 e os participantes tiveram 8 horas de debate por dia.

Com respeito ao que foi trabalhado individualmente em cada comitê, os delegados da Liga das Nações representaram países-chave em 1934, ou seja, dentro do período entreguerras. O grande objetivo seria evitar a Segunda Guerra Mundial, mas, ao entrar nos papéis dos diplomatas, os alunos perceberam que não era tão simples assim manter a paz em um momento tão tenso. Enquanto isso, os participantes da Convenção Nacional representaram deputados dentro do momento histórico da Revolução Francesa, isto é, precisando lidar com questões pertinentes à época e tentar ao máximo evitar o caos. No entanto, o comitê falhou em manter a ordem, o que levou a França a uma verdadeira guerra contra a Santa Aliança, além de inúmeros problemas internos que necessitavam  ser resolvidos rapidamente.

Além desses dois grupos, alguns alunos participaram do evento sem debater diretamente, mas sim atuando como jornalistas. O comitê de comunicação ficou encarregado de cobrir as discussões realizadas dentro dos debates, representando alguns jornais da época. Assim, para o debate da Liga das Nações, os alunos realizaram a cobertura pelo ponto de vista dos jornais The Times e Deutsche Allgemeine Zeitung, de origem, respectivamente, britânica e alemã, enquanto os do ensino médio a fizeram por meio da perspectiva de diversos jornais franceses, como o La Gazette de France e o L’ami du Peuple.

Para favorecer o andamento e a dinâmica do debate, alguns alunos do curso extra de teatro do colégio foram convidados para organizar as chamadas intervenções. Com cenas de protestos, discursos e até rebeliões, eles interrompiam os debates e propunham uma crise a ser resolvida, assim tornando tudo muito mais interessante para os participantes. Desse modo, questões emergentes deveriam ser resolvidas prioritariamente, deixando pontos secundários do debate em segundo plano.

Tradicionalmente, como em outras simulações, os delegados precisaram comparecer utilizando traje formal às salas cedidas pela escola para a realização do debate. No fim da última sessão, cada comitê apresentou sua resolução final, ou seja, um documento que resolve os problemas apresentados no início dos mesmos. No caso do comitê da Revolução Francesa, um dos documentos finais foi a Constituição Francesa, escrita com pena e tinta, do mesmo modo como seria escrita na época. Já o debate da Liga das Nações apresentou um documento digitado que sintetizava todos os acordos e decisões consensuais das delegações, isto é, que buscavam evitar a todo custo uma nova guerra global.

Vale lembrar que a SICE é uma iniciativa organizada completamente pelos alunos, especialmente aqueles que compõem o Clube de Debates do Colégio: Murilo Dorión, Isabella Baxter, Nicole Ilario, Francisco Stelzer, Gabriela Onias e Gabriel Battistuzzo. Eles foram totalmente responsáveis por preparar o Guia de Estudo e o Guia de Regras, moderar os debates e organizar todo o resto do evento. Além deles, outros alunos prestaram ajuda participando como parte da organização do evento.

Os diretores do Clube se impressionaram com a dedicação e trabalho duro realizado pelos alunos do nono ano, orientados em sua preparação pelo professor de história André Cortês de Oliveira, que se mostraram comprometidos com a realização dos debates e engajados nas discussões. Um forte exemplo foi no último dia, quando eles precisaram perder algumas horas de debate para participar do ensaio de sua formatura e se organizaram para chegar mais cedo, assim compensando o tempo perdido. Vale lembrar também que o evento ocorre depois do período letivo, mostrando mais uma vez a boa vontade de todos os envolvidos.