I SICE – Cervantes celebra sua primeira Simulação Interna
Após muita preparação e espera, mais de 35 alunos e ex-alunos atuam juntos em um comitê para dar um rumo ao mundo pós-Primeira Guerra Mundial

Por: Murilo Dorión e Victor Gonzalez | 15 de dezembro de 2017.

Nos dias 11 e 12 de dezembro de 2017, os alunos e ex-alunos do E.M. do CMC se reuniram no Colégio para celebrar a I Simulação Interna do Cervantes (SICE) e engajar-se em discussões ao longo dos dois dias. O evento, organizado pela diretoria do Clube de Debates do Colégio, é um sonho trazido desde sua gênese pelos fundadores, que almejam expandir os horizontes dos estudantes e introduzi-los ao debate, às negociações e às simulações, além de aproximar à sua realidade discussões políticas que, apesar de aparentarem ser demasiado abstratas, têm impacto tangível na vida de todos.

Visando a alcançar esses objetivos e seguindo os interesses do corpo estudantil, o secretariado do evento decidiu propor uma discussão sobre política e relações internacionais no início do século XX. Os alunos buscaram uma solução para a Primeira Guerra Mundial e tomaram partido na elaboração do histórico Tratado de Versalhes de 1919, que colocou um ponto final no conflito e definiu o funcionamento do mundo desde então.

Apesar de ocorrer no final do ano, após o término das aulas, houve grande adesão para o evento, demonstrando interesse significativo dos alunos pela discussão. Após um processo de inscrição, no qual os delegados escolheram suas duplas e aplicaram para o país que desejavam representar na sala de discussão, o secretariado, formado pelos alunos Murilo Dorión, Guilherme Arashiro, Isabella Baxter e Eduarda Vieitas e o ex-aluno Victor Gonzalez, se reuniu para confeccionar o Guia de Regras e o Guia de Estudos, que orientaram as pesquisas dos delegados. Já os recursos visuais, como as placas e os cartazes, foram elaborados por Maria Clara Bordignon e Be Martins. Muitos esforços para a realização da SICE foram feitos, apesar do momento decisivo que todos os envolvidos passavam em suas vidas acadêmicas. Além disso, para os diretores que fundaram o Clube de Debates, Victor, Guilherme e Eduarda, a celebração da Simulação Interna é também a realização de um sonho que já vem sendo esboçado desde julho de 2016, quando estes decidiram que criariam o clube.

O evento em si foi um choque de realidades. Além de ser a primeira experiência de muitos com um debate regrado e formal, foi uma oportunidade para que os participantes desafiassem sua timidez ao defenderem os interesses de seu país. Entre discursos conciliadores e acalorados e negociações intensas na sala anexa, foi possível observar um grande envolvimento de todos com os países que foram assignados – com interesses completamente diferentes que eram levados em consideração graças ao trabalho diligente dos alunos. A elaboração de acordos para o desenvolvimento do turismo no Haiti, anexações de terra para o Império Japonês e a criação de um exército internacional para a manutenção da paz foram somente algumas das decisões tomadas pelo comitê – sempre sob ameaça de um levantamento entre o povo alemão ou uma nova guerra que poderia vir. 

Contribuindo para a dinâmica realista, o conselho de imprensa, dirigido por Bruna Janikian, trazia à tona pontos de vista divergentes sobre os ocorridos. Os jornalistas do New York Times e Deusche Allegmeine Zeitung, escrevendo de acordo com sua linha editorial,  mostravam as diferentes facetas da notícia enquanto refletiam a opinião pública de seus respectivos países.

Entre os momentos de descontração e os de formalidade estrita, foi visível a evolução de todos em sua capacidade de discussão e análise crítica, além da boa experiência que tiveram. Nas redes sociais e no formulário de feedback disponibilizado para os delegados, os participantes afirmavam que esses foram “os dois dias mais bem gastos das minhas férias” ou pediam por “mais dias de sessão”. Apesar de ter os últimos fundadores se formando neste ano, o Clube de Debates e seus diretores esperam trazer mais eventos como esse, para que as simulações sejam uma parte integral do desenvolvimento cidadão do cervantino.