Encontros de formação compartilhada – Tecnologia educacional

Repensando o papel do professor num mundo impulsionado pela tecnologia

Por: Antonio Abello Rovai | 28 de fevereiro de 2013.

Com esse inquietante título, foi inaugurado ontem um ciclo de encontros de formação de professores organizado pela Equipe de Tecnologia Educacional do Colégio recentemente constituída com o objetivo de fomentar o debate de questões relacionadas ao uso da tecnologia na educação, suas implicações metodológicas e seu potencial de inovação com foco na realidade da nossa escola.

A condução desse primeiro encontro esteve a cargo da professora Karin Cruz Arriagada, tutora do 3º ano do Ensino Fundamental, membro da Equipe de TE. Segundo ela, ainda que Internet tenha facilitado exponencialmente o acesso a conteúdos, a informação por si só não garante a aprendizagem. O uso dos recursos tecnológicos sem uma intencionalidade e orientação do professor também não possibilitam o domínio pleno do conhecimento: “é preciso ir muito além”, acrescentou.

A fala da professora girou em torno da seguinte pergunta: “o que podemos fazer para que a tecnologia faça parte das nossas aulas de forma natural, sabendo como, quando e por que usá-las, a fim de garantir que nossos alunos saiam do Colégio com as competências e habilidades necessárias para enfrentar o mercado de trabalho e as exigências da sociedade?”. Não há, segundo Karin Arriagada, uma resposta pronta nem única, mas certamente “sabemos que a escola é um espaço privilegiado para a formação das pessoas em cidadãos e para a sistematização contextualizada dos saberes. Assim também, o professor é o principal agente responsável pelo alcance e pela viabilização dos objetivos da escola diante da sociedade. No entanto, o que a escola e nossa ação necessitam é de revisão crítica e reorientação dos modos de ação, porque a cultura tecnológica exige a mudança radical de comportamentos e práticas pedagógicas que não são contemplados apenas com a incorporação das mídias digitais ao ensino”.

A proposta pedagógica adequada a um mundo permeado pela tecnologia da informação, de acordo com a professora, “precisa de novos encaminhamentos e novas posturas que orientem para a utilização de mecanismos de filtragem, seleção crítica, reflexão coletiva e dialogada na busca de informação”. No trabalho cotidiano com os alunos “o foco se desloca para a interação, a comunicação, a aprendizagem, a colaboração entre todos os participantes do ato educativo”, finalizou, fazendo referência à recente publicação de Kenski, 20131:

1KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e tempo docente. Campinas: Papirus, 2013.