INSTITUCIONAL

Visita do cervantista Giuseppe Grilli
O Colégio Miguel de Cervantes recebeu, em 25 de março, a visita de um estudioso da obra de Cervantes na Itália

Por: Tatiana Maria de Paula Silva | 27 de março de 2019.

O professor Giuseppe Grilli, do Departamento de Línguas Estrangeiras, Literatura e Cultura da Università degli Studi Roma Tre, e a professora de literatura italiana da Faculdade de Letras da Universidade de São Paulo, Cecilia Casini estiveram no Cervantes. Os professores vieram a convite do artista plástico Cláudio Canato para conhecer o mural El Quijote, que está sendo produzido no foyer do teatro do Colégio.

Na imensa parede, que tem aproximadamente 45m², estão retratados personagens e quadros relevantes da cultura espanhola inseridos no contexto das duas partes da obra-prima de Cervantes.

Ao todo, são apresentados dezesseis artistas: El Greco, Murillo, Diego Velázquez, Francisco de Zurbarán, Ribera, Goya, Dalí, Picasso, Gaudí, Miró, Sorolla, Subirachs, Remedios Varo, Maruja Mallo, María Blanchard e, por último, Ticiano, mestre italiano que dedicou grande parte de sua vida ao governo da Espanha.

Giuseppe, autor de vários livros como Sobre el primer Quijote, De Senectute:Cervantes último, entre outros, dedicou um olhar cuidadoso em esmiuçar o painel. Para ele, a composição teatral expressada pelo artista é um dos grandes diferenciais dessa obra. Em cada detalhe, o professor comenta a genialidade das escolhas de Canato, como por exemplo, a substituição do padre simplório da aldeia pela figura do cardeal extraída da obra O Enterro do Conde de Orgaz, de El Greco.

O professor, que há mais de 30 anos estuda Miguel de Cervantes, comenta a pluralidade e riqueza de interpretações artísticas da obra Dom Quixote e afirma que o painel é uma obra de arte global “Dentro desse mural há uma história da cultura espanhola, há uma interpretação da obra-prima cervantina que é Dom Quixote, essa é uma obra cultural realizada pelo pintor Canato”. Para ele, o painel e o artista passaram a ser tão importantes para a literatura cervantina como para a história da pintura.