ENSINO FUNDAMENTAL II

Saída pedagógica ao IMS e Avenida Paulista
Propostas das disciplinas de História, Geografia e Artes visam à reflexão sobre a cultura indígena, o espaço público e a mobilidade urbana

Por: Tatiana Maria de Paula Silva | 29 de março de 2019.

Os alunos do 9º ano participaram de uma atividade multidisciplinar repleta de descobertas e reflexão. Nos dias 26 e 28 de março, sensibilizados pelos temas de mobilidade urbana e cultura indígena, os alunos foram até a mais paulista das avenidas, a Avenida Paulista, e à exposição da fotógrafa Claudia Andujar, realizada no Instituto Moreira Sales.

O percurso feito a pé e de metrô proporcionou um ensaio para a viagem à Espanha, que, por se tratar de um deslocamento em grupo, exige atenção, disciplina, respeito e empatia. A visita ao museu também foi uma sensibilização para o olhar reflexivo que a arte, em suas diversas vertentes, proporciona.

Por meio dos trabalhos desenvolvidos nas disciplinas de História e Geografia, os alunos tiveram a missão de observar e fotografar o espaço público e sua relação com mobilidade urbana. Em Artes, além de treinarem o olhar para as estéticas da cidade, os alunos visitaram a exposição Claudia Andujar: a luta Yanomami, composta por mais de 300 imagens e textos da própria fotógrafa, do curador Thyago Nogueira e do antropólogo Bruce Albert, em cartaz no IMS.

A visita, segundo o professor de artes, Fabio Nogueira, tem como objetivo sensibilizar os alunos para a questão indígena e sua cultura, com o intuito de que posteriormente haja o desenvolvimento de trabalhos artísticos. “Faz parte da proposta do Colégio preparar os alunos para as temáticas que apontam para as minorias. Na viagem à Espanha, eles desenvolverão atividades voltadas a questões sociais. Como a confecção de máscaras e o estudo de pinturas indígenas (tanto brasileiras como africanas) fazem parte do planejamento de arte do 9º ano, aproveitamos a exposição, que veio ao encontro do tema. A partir dela, nos aprofundaremos no rico grafismo corporal dos Yanomamis, para representar nos trabalhos de máscaras o entendimento absorvido sobre essa cultura”, explica Fabio.

Para o professor Marco Antonio Augusto, de Geografia, a atividade também ampliará o repertório no que se refere à mobilidade. “Em Madrid, os alunos farão trabalhos relacionados à cidade e à mobilidade urbana. Por isso, propusemos que essa saída fosse a pé e de metrô. Identificamos em anos anteriores que muitos não passaram ainda por essa experiência. Dessa forma, pedimos a eles que pensassem a cidade para as pessoas e registrassem, por meio de fotos, o que mais chamasse a atenção. Por que a cidade de São Paulo, por exemplo, é uma cidade muito dura? Percebemos isso no tempo do semáforo (que para pedestres é muito curto), na má acessibilidade das calçadas que não têm guia rebaixada, em alguns pontos de ônibus que não têm cobertura nem bancos para sentar etc.”.

As propostas dos departamentos de Geografia e História também contemplavam o contato com a população. Por isso, os alunos prepararam uma pesquisa e na Paulista abordaram alguns pedestres para coletarem impressões sobre o espaço público. “Pensamos que é importante proporcionar uma saída em que eles pudessem andar e conhecer um pouco a cidade. Muitas vezes, quando discutimos sobre espaço urbano, eles têm dificuldade em entender, pois em geral a circulação deles se restringe ao carro. A partir daí, abordamos um pouco a história de São Paulo e a construção dos locais por onde as pessoas passam. Os grupos fizeram entrevistas com perguntas parecidas às que foram feitas há dois anos, em uma pesquisa da Confederação Nacional de Transporte sobre mobilidade urbana na cidade de São Paulo. Esse exercício foi proposto para eles entenderem qual é o perfil das pessoas que circulam na Paulista. Ao final, já na escola, vamos comparar os resultados que eles obtiveram com o dessa pesquisa. Em seguida, conversaremos sobre o que é uma pesquisa e o que é amostragem. No caso deles, essa amostragem foi bem menor em comparação a uma pesquisa realizada por um órgão especializado. Assim, poderemos discutir sobre a relevância disso”, explica André Côrtes de Oliveira, professor de História dos 9ºs anos.