Exposição Vida e Obra de Cervantes
Inauguração recebe artistas e autoridades

Por: Tatiana Maria de Paula Silva | 26 de abril de 2016.

O Colégio Miguel de Cervantes inaugurou, no dia 27 de abril, a Exposição Vida e Obra de Miguel de Cervantes.

Estiveram presentes no evento o Ilmo. Sr. Ricardo Martínez Vázquez, cônsul geral da Espanha, o Ilmo.Sr. Arturo Jarama, cônsul do Perú, representantes do consulado do Paraguai e Ana Maria Serrano Oltra Ribas, chefe da Seção de Emprego e Seguridade Social em São Paulo, da Embaixada da Espanha no Brasil. Também compareceram a Profa. Dra. Maria Augusta Vieira, os artistas Canato, José Figuerola, Jesus Varela, Luiz Gagliastri, Lídia Costa, Mario Mastrotti e Pablo Rejas.

Após o café da manhã de boas-vindas, os convidados e alunos representantes do Fundamental I e do Ensino Médio se reuniram para o ato de inauguração da exposição. A diretora-gerente, Lourdes Ballesteros, agradeceu a presença de todos os alunos e ressaltou a importância do legado de Miguel de Cervantes e sua obra para a literatura e as artes.

O cônsul da Espanha e a aluna Mirella Alvares Marques, do 3º ano do Ensino Fundamental, desataram a fita, oficializando a abertura da 33ª Feira do Livro e da exposição coletiva sobra a Vida e Obra de Cervantes.

Nos jardins, áreas nobres, corredores e hall do Teatro do Colégio, esculturas e obras de vários artistas mostraram as diversas possibilidades de leituras e releituras e do estímulo criativo que os personagens de Dom Quixote trazem ao imaginário.
A programação do evento também contou com a conferência, aberta ao público em geral, da prestigiada cervantista Maria Augusta Vieira. Na palestra, a convidada falou sobre as relações entre Dom Quixote e Sancho Pança.

Ao final, literatura e gastronomia se fundem em um almoço com cardápio genuinamente cervantino, idealizado pelos alunos do 9º ano sob a orientação da professora Rocío de Simón Eiras e do Departamento de Cultura Espanhola, no projeto de pesquisa A la mesa con Don Quijote, que incluía pratos mencionados por Cervantes em Dom Quixote.


Fotos: Silvio Luiz Canella

As relações de Dom Quixote e Sancho Pança
Profa. Dra. Maria Augusta Vieira

Para abrir a conferência, a diretora-gerente, Lourdes Ballesteros, apresentou a mesa composta pelo cônsul-geral da Espanha, Ricardo Martínez Vázquez, pelo diretor do Instituto Cervantes de São Paulo, Juan Carlos Vidal, pelo assessor do Conselho de Educação da Embaixada da Espanha no Brasil, Antoni Lluch, pela diretora de ensino do Colégio Miguel de Cervantes, Amélia do Rosário Farré Salazar, e pela professora Maria Augusta Vieira, que proferiu a palestra do dia.

Lourdes agradeceu a presença dos artistas, dos alunos e da professora Cleusa Dellagnese representantes do Colégio Guilherme Dumont Villares e da diretora-geral pedagógica, Silvana Leporace e da bibliotecária Marilda Mitsui, do Colégio Dante Alighieri, que vieram a convite do Colégio assistir a conferência.

Durante a conferência, Maria Augusta descreveu as congruências e diferenças na riqueza das características das personagens de Dom Quixote e Sancho e das demais com quem elas se encontram no decorrer da história, o que para ela revela a capacidade de observação que Cervantes tinha do mundo e das pessoas. Ela acredita que o maior desafio para os cervantistas é entender, em meio ao diálogo antagônico entre Sancho e Quixote, qual das personagens transmite a voz de Cervantes.

Maria Augusta apresentou aos presentes recortes do estudo das relações de amizade e fraternidade entre Quixote e Sancho, que sugerem valores de fidelidade, confiança e cumplicidade. Além disso, ela destacou a solidariedade como uma característica fundamental dos valores de cidadania apresentados em Cervantes.

Maria Augusta mostrou imagens da revista criada por Angelo Agostinni em 1895 chamada Dom Quixote, que traziam a ideia de que eles seriam os porta-vozes de críticas sociais para a época e guardiões da verdade e da justiça. Ela também apresentou outras publicações, destacando a adaptação Dom Quixote para crianças, de Monteiro Lobato. Segundo Maria Augusta, tal adaptação é uma das razões pelas quais os brasileiros se apaixonaram pela obra.

A professora também ressaltou a importância do momento literário dos séculos XVI e XVII na Espanha, no qual se consolidaram os gêneros modernos na literatura.

Maria Augusta concluiu afirmando serem extremamente importantes celebrações como a Feira do Livro, que propiciam à sociedade a oportunidade de revisitar esses textos tão fundamentais para a humanidade, principalmente quando se trata de obras-primas de caráter atemporal, como Dom Quixote.

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